O Dinheiro que virou picolé (The Big Bin on Killmotor Hill)
WDC 135-02
Escrita e desenhada por Carl Barks em maio de 1951.


![]() |
Metralhas trabalhando duro para roubar o velho pato |
Donald instiga Patinhas a ir lá fora onde estão os Metralhas brigar "mano a mano", para defender sua fortuna. Patinhas então sai com Donald em direção aos bandidos, mas já nos primeiros metros as armadilhas que são a defesa da Caixa-Forte os impede de seguir em frente, pois eles correm sérios riscos de ficarem bem machucados com o montão de armadilhas espalhada pela colina Mata-Motor, minas, canhões prestes a disparar em cima deles.
![]() |
Armadilhas que a vida prepara a todo o momento |
Os dois resolvem então voltar para o interior do prédio... e aí Donald tem uma das suas ideias mais malucas e o pior é que no desespero o Tio Patinhas acredita que possa dar certo tal insanidade.
E a ideia absurda de Donald é encher o depósito de dinheiro com água e assim expulsar os Metralhas como ratos molhados, quando eles finalmente cavarem o tunel que pretendem até a Caixa-Forte.

![]() |
Última cena de "O Vil Metal e os Vilões" (similar a última cena dessa história que estamos comentando) |
Eu particularmente achei essa história muito fraca com um roteiro muito "capenga" de Carl Barks, uma história que na verdade "não tem pé nem cabeça" nem tão pouco uma lógica onde possamos nos agarrar.
Alguns pontos que eu percebi, mas é claro são minhas impressões e eu não sou o "dono da verdade", muitas pessoas vão concordar comigo e tantas outras irão discordar do meu ponto de vista e isso é o "bacana" da vida, essa diversidade de opiniões, para que assim possamos ver todos os tons, cores e matizes de uma ideia e não somente uma tonalidade fixa e fechada em si mesma.
Primeiro: Nessa história Patinhas não tem ninguém que trabalhe na sua segurança e do seu patrimõnio, um vigilante, um guarda ninguém para ajudá-lo a defender sua riqueza.
Segundo: O dinheiro totalmente embaixo dágua e, não estraga segundo eles, e as notas de papel????? papel molhado se deteriora em pouco tempo, principalmente se estiver mergulhado numa piscina como foi transformada a Caixa-Forte nessa história.
![]() |
A versão real ou seria uma ilusão |
Terçeiro: Como eles conseguiram em poucas horas com uma mangueira encher um depósito daquele tamanho. Quarto ponto: Que frio é esse que consegue transformar um depósito inteiro cheio de água num enorme cubo de gelo, e eles com suas roupinhas normais e tradicionais de sempre.

No final de 1951, a construção da personalidade do Tio Patinhas estava quase completa e ele logo protagonizaria gibi próprio. Mas, até então, o ricaço era personagem secundário nas aventuras do Pato Donald. Assim ele podia perder sua fortuna sem abrir mão da função narrativa que desempenhava. Em "O dinheiro Que Virou Picolé", é o sobrinho atrapalhado que entrega toneladas de patacas de mão beijada aos Metralhas ao construir uma armadilha fadada ao fiasco. Aqui, a estréia da célebre Caixa-Forte localizada sobra a colina Mata-Motor marca também a primeira destruição do prédio. Outras viriam com o tempo. Mais uma vez é possível notar a dialética dos extremos: a gigantesca riqueza do Tio Patinhas e a falsa esperteza do Donald conduzem o enredo à catástrofe.
No intervalo que separa esta HQ da anterior (O Vil Metal e os Vilões), entende-se que os zilhões foram tomados dos criminosos e retornaram ao cofre do magnata.
![]() |
Desenho de Don Rosa (meramente ilustrativo nesse post) faz parte da história "The Beagle Boys vs. The Money Bin" |
A mesma lógica se repete quando Patinhas volta à cena nas aventuras seguintes. E não perguntamos como. Não importa. O equilíbrio é restabelecido: os Metralhas deixam de simbolizar uma ameaça e se tornam meras crianças que, no hiato entre um e outro episódio, levam palmadas da lei para aprender a não fazer traquinagens.
Essas capas que você vê na postagem são de edições onde você encontrará essa história, lá em cima a revista americana Walt Disneys' Comics and Stories #135 de dezembro de 1951, depois O Pato Donald # 58 de dezembro de 1952, com o título (As Ideias de Donald), logo depois temos a capa do Pato Donald #1612 de setembro de 1982 e aqui no final da postagem a capa da edição #27 de O Melhor da Disney lançada em abril de 2007. Valeu e até a próxima.
Fonte: O Melhor da Disney #27 (texto segunda parte de Marcelo Alencar).
Nenhum comentário:
Postar um comentário