sábado, 10 de julho de 2010

Série: Melhores de Carl Barks - O Capacete de Ouro - 1952


O Capacete de Ouro (The Golden Helmet), roteiro e desenhos de Carl Barks . Mais uma das preferidas de Barks e também faz parte das minhas histórias favoritas do universo Barksiano.
Donald é guarda assistente no museu de Patópolis. E ele está totalmente entediado com a rotina do seu trabalho, então inventa de subir a bordo de uma velha embarcação Viking que está exposta no museu para sentir  um pouquinho da emoção que aqueles navegadores sentiram em sua época.
Donald acaba descobrindo um intruso no interior do barco. O homem dá um desculpa e vai embora, Donald acha aquilo muito intrigante e resolve vasculhar ele mesmo o interior do barco, e acaba descobrindo um velho rolo de couro contendo um mapa. Donald vai correndo a sala do curador mostrar o que achou, e este por sua vez diz a Donald que ele fez uma das maiores descobertas da história, pois aquele mapa é o diário de bordo do velho barco viking e relata suas viagens, e também apresenta a prova definitiva de quem descobriu a América, mas pra isso é preciso descobrir um velho capacete de ouro que foi enterrado por Olaf, o Triste em 901 simbolizando a  descoberta da América do Norte.  Nesse momento enquanto o curador e Donald conversam, entram na sala o homem que Donald havia descoberto dentro do navio acompanhado de seu advogado, um sujeito arrogante de nome T.U. Barão, que exigem a posse do mapa.
O Advogado diz que (aquele homem furtivo que estava a pouco vasculhando o navio),  seu cliente é descendente direto de Olaf, o Triste e portanto o mapa lhe pertence, e segundo uma lei do tempo de Carlos Magno, por volta de 792 D.C, dizia que qualquer um que descobrisse terras além-mar seria proprietário dessas terras, a menos que fosse para o seu rei.
Como Olaf, o Triste, reivindicou a América do Norte para si mesmo, ela agora pertence a seu descendente mais próximo.
O que se vê daqui pra frente na aventura produzida  por Carl Barks, é muita ação, encontros e desencrontos a procura do capacete de ouro.
Aquele que tem o Capacete de ouro (Golden Helmet),  pode chamar-se Rei da América do Norte.  Muitos estão interessados. Incluindo Donald.
Eu particularmente acho essa história uma das melhores de Barks e inclusive em 2006, um painel de peritos oficiais de cultura,  sob os auspícios do Ministério da Cultura dinamarquês declarou esta história a melhor história em quadrinhos já apresentados na Dinamarca.

Essa história teve uma continuação com argumento e desenhos de Don Rosa - Os Mapas Perdidos de Colombo! (The Last Charts of Columbus)saiu no Brasil nas edições que estão aí em cima do texto. Tio Patinhas #469 (2004) e Disney Big #4 (2010)
Curiosidades:
Estas informações a seguir foram extraidas da edição de O Melhor da Disney - As Obras Completas de Carl Barks #30, com texto de Marcelo Alencar.
A produção desta aventura coincide com o período em que Barks de divorciou da segunda esposa, Clara Balken, que logo depois foi diagnosticada com câncer.
Ele revelou ao amigo Donald Ault numa carta de setembro de 1972: "Eu me lembro do dia em que recebi as más notícias e, em vez de me dirigir a um bar, sentei-me feito um zumbi com um bloco de papel e comecei a escrever gags e situações que pareciam jorrar sobre mim, vindas não sei de onde. O Capacete de Ouro se encaixa nesse caso. (...)
Sob tais circunstâncias, é evidente que o texto não surgiu pelo mesmo método que uso para construir a maioria das minhas histórias. Em parte, ele se deve  à inspiração divina".
StevensonKipling
A trama parece remeter aos contos escapistas de Rudyard Kipling e Robert Louis Stevenson. "Cada detalhe do enredo, gráfico ou verbal, explicita uma tensão entre o agora e o passado, deixando claro que alguma coisa se perdeu, algo precioso que nunca chegou aos tempos atuais", comenta Geoffrey Blum. Segundo o crítico, a gênese da HQ é complexa: reflete os interesses do autor por antiguidades, seu amor por histórias do mar e uma desconfiança amarga em relação aos advogados.
Hal Foster
Os desenhos mostram a influência de Hal Foster, criador da série Príncipe Valente, ídolo do Homem dos Patos.
 "Valente era lindamente ilustrado", Barks afirmou numa entrevista gravada em 1975. "Cada quadrinho era uma obra de arte. Fiquei impressionado com uma de suas paisagens costeiras, uma cena muito dramática. Eu queria trabalhar com aquele litoral, então tentei pensar em algo que levasse o Donald até lá." Ao lado uma bela ilustração desse gênio chamado Hal Foster. Um dos grandes nomes dos quadrinhos.
A imagem em questão, foi publicada no Brasil no álbum "Proezas no Mar do Norte", da extinta Editora Brasil-América, e Barks a utilizou na página 55 da edição O Melhor da Disney #30 (é essa imagem acima, desse mar revolto, naquele frágil barquinho estão Donald e os sobrinhos correndo risco de morte). Em seus arquivos de referência, Barks encontrou o artigo "How the Norsemen Got Here First (ou Como os Escandinavos Chegaram Aqui Primeiro), de Frances Spatz, publicado no número de agosto de 1948 da revista American Weekly. Ele leu sobre a pedra Kensington, uma prancha rúnica deixada em Minnesota pelos vikings e descoberta séculos depois por um fazendeiro. Foi o mote que o inspirou.
Essa história foi criada em 3 de dezembro de 1951 e foi publicada pela primeira vez em julho de 1952.
No Brasil ela saiu nas seguintes edições.
O Pato Donald #72, #73, #74. (1953)
Mickey #44 (1956)
O Melhor da Disney #30 (2007)

E também sua primeira edição nos Estados Unidos saiu na revista: One Shots de julho de 1952 imagem abaixo. Essa história apareceu em várias edições americanas, apareceu também nessa edição, The Best  of Donald Duck and Uncle Scrooge #1. de novembro de 1964. 
Mais edições confira em: Inducks
Abaixo alguns momentos dessa aventura de Carl Barks
Fonte: Inducks, O Melhor da Disney #30, com texto de Marcelo Alencar e informações adicionais e imagens em diversos sites relacionados a quadrinhos Disney, sites nacionais e estrangeiros.

3 comentários:

Daniel disse...

Lindo. Ótimo post.

Ricardão Boy disse...

Infelizmente essa edição foi uma das que perdi de OMD, não vejo a hora de relançar, estou baixando da net também, mas quero minhas edições capa dura prometidas pra 2014 pela Abril, sou fã das obras de Barks, ele é eterno, histórias bem elaboradas com enredo, fantasticas iguais as dele nunca vi, o que lançar dele vou sempre comprar.

Anônimo disse...

Consegui nos EUA, com muita sorte a edição com "The Old Castle's Secret" e "The Golden Helmet" em ótimo estado!

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