segunda-feira, 17 de maio de 2010

MICKEY MOUSE: Um Octogenário no Banco dos Réus? Ou, como o Mickey se transformou no Pateta.

Ele está na casa dos oitenta anos, é na verdada, um oitentão, como diriam alguns. E hoje, muitos estão avaliando a atual situação desse personagem.
Nosso amigo está sendo acusado de não ser mais o mesmo. Mickey está no banco dos réus? E quem sairá em sua defesa?
Podemos fazer algumas considerações, mas, quem é realmente este personagem que mexeu com gerações de fãs e hoje ainda permanece no estrelato da fama? E mais, o que aconteceu com ele no passar dos anos, que o transformou numa figura "apática", sem o vigor dos áureos tempos de sua juventude?
Poderíamos fazer um relato histórico desde a sua criação pelo papai Walt Disney, na segunda década do século XX, até os dias de hoje, passando por sua evolução das telas do cinema, nos quadrinhos, parques de diversões, e demais mídias que surgem a cada dia. Mas qual é o verdadeiro Mickey? Que perfil possui sua personalidade? O que eu quero do Mickey, afinal de contas?
"Tudo começou com um rato" -diz uma frase famosa de Disney. E sabemos que Walt Disney adorava sonhar, e transmitir e tranferir a magia dos sonhos para a nossa realidade. Então poderíamos complementar parafraseando: Tudo começou com um "sonho"...
Este sonho teve início na mente e no coração de Walt Disney, que nos convida a "sonhar com ele" através de sua obra fantástica na arte do entretenimento.
Não se trata de um rato, um camundongo, um filme, um gibi, um parque temático. Estamos tratando, de um "sonho que se sonha junto" e isso é inédito na história da arte contemporânea, e quiçá de todo o tempo da atual civilização. Qual o ícone universal para o entretenimento? Responda numa imagem... pensou num ratinho de orelhas redondinhas, né? É assim no mundo todo...
Mickey é alvo de iconoclastas há várias décadas. Pessoas e instituições que não aceitam a representatividade e o sucesso do Universo Disney, tem repudiado e denegrido a imagem símbolo da *obra americana mais universalizada que se tem conhecimento.*
Mas um fenômeno atinge os próprios fãs de Walt Disney. Seus admiradores exigem a marca Disney em todo o tempo e lugar. Por exemplo: camisetas, bonés, lancheiras, cadernos universitários, creme dental, etc...etc...etc... De A a Z, tudo leva a marca Disney, representada em síntese, pela figura de Mickey.

O que seria dos parques temáticos de Disney se suprimissem a figura do rato?
Responda *em apenas um personagem*, *qual deles poderia substituir integralmente a imagem de Mickey em "todas as faces do entretenimento Disney"?* Quem é o personagem certo para o papel, inteiramente associado à figura de Walt Disney?

Agora, vamos parar com as perguntas e pensar nas respostas:

1) O Mickey original da primeira fase, era ideal para o que se propunha: levar como carro-chefe, as animações dos Estúdios Disney que começavam a engatinhar;

2) O Mickey dos quadrinhos e especificamente os de Paul Murry, representavam o universo dos quadrinhos nas décadas de 40 e 50, onde estavam no auge as revistas de detetives, com Dick Tracy, X-9 (Alex Raymond), e posteriormente Spirit (Will Eisner). *Não se tratava do Mickey original de Walt Disney, mas da sua "percepção" da época em que a obra estava atravessando*;
3) *O Mickey dos anos 80*, transformou-se numa figura infantil, representando mais o acesso aos parques temáticos, e a "carência" infantil representada pela tal "geração televisiva" onde as crianças passaram a ser educadas e criadas por esse meio de comunicação, a tal "babá eletrônica".

Para o bem, ou para o mal, essa "imbecilização" do personagem sofreu os efeitos de todo um contexto, onde as séries de televisão também se tornaram efêmeras, os programas de auditório decaíram, as novelas banalizaram-se, os filmes foram descaracterizados *e tudo, absolutamente TUDO, passou a ser descartável e para consumo imediato "Fast Food".*

"Um sonho que se sonha junto", como diria Raul Seixas (um dos maiores músicos, cantor, compositor que já "pousou" nesse planeta), - "um sonho que se sonha junto... não é sonho, é realidade".
Mas voltando a gora às perguntas, qual é o "meu", qual é o "seu", qual é o "nosso" MICKEY? Ele é múltiplo em um só. Talvez não porque ele queira ser assim, mas por pura e simples exigência mercadológica.

Na minha modesta opinião, o Mickey está absolvido, pois, ele não deveria estar no banco dos réus, porque ele não é réu, e sim mais uma vítima da globalização e do modo fútil e superficial como se encara a vida nos dias de hoje.
Em tempo. Já está no ar e no YouTube o comercial de chamada para a nova coleção da Editora Abril, Clássicos da Literatura Disney. A coleção contendo 20 volumes, que vai fazer a alegria de todos aqueles que amam quadrinhos Disney. Foi assim com a coleção O Melhor da Disney- As Obras Completas de Carl Barks, agora o frisson se repete. Todo aquele que "curte" HQs Disney, está na espectativa desse "super" material.

Fonte: Texto de Paulo Gibi (colaborador desse blog, que muito gentilmente me enviou esse belo texto de sua autoria), imagens captadas na Rede e diversos sites Disney, vídeo do YouTube.

Um comentário:

Matheu$ Guarany disse...

Concordo plemamente, o Mickey não passa de uma vítima da globalização...

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