quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Histórias de um passado bom

Meu amigo aqui do Sul, leu a postagem que fiz no blog e gostou bastante. Ele deseja compartilhar com os amigos Disneyanos informações que foi adquirindo ao redor do mundo e colecionando quadrinhos Disney por 60 anos. Ele não se importa que se divulgue seu nome. Apresento a vocês então, meu amigo de Gramado-RS: Rocky Gadelha. Vez ou outra eu trarei algumas curiosidades antigas relacionadas aos quadrinhos Disney e sobre a obra maravilhosa de Carl Barks, coisas que Rocky traz na sua memória e vai compartilhar conosco. Ele  vem se somar a mim e ao nosso querido Paulo Gibi na divulgação dos amados quadrinhos Disney e na obra de seus grandes mestres.
A palavra é sua Rocky...
Nos anos 40, o Pato Donald chegava a nós apenas através de livros. Não existia Patópolis e os patos pareciam viver em um ambiente quase rural. 

Os sobrinhos se chamavam Nico, Tico e Chico, Minie era Ratinha Maricota e Pateta tinha o nome de Gustavo.
 Haviam quatro livros que davam uma idéia da vida provinciana dos patos de então: "Pato Donald e seus Amigos", "Pato Donald e seus Sobrinhos", "Aqui estão eles" e "Pato Donald na Escola", onde era colega dos 3 Porquinhos, para ver como a sociedade patopolense era bem mista na época. Todos da Editora Melhoramentos.
Pato Donald e os seus amigos... Ganhei o livro em 1948, aos cinco anos de idade. Já sabia ler, mas com certa dificuldade. A última das histórias, a do gato preto, foi tirada de um cartoon, talvez do final dos anos 30. Conservei a edição por 60 anos, quando foi destruída por um incêndio em minha casa.
De julho de 50 até meados de 52, o Pato era uma revista mensal, de tamanho grande. Depois, apareceu semanal, na forma que ainda tem hoje, porém, com um colorido estranho, onde faltava o azul. As cores só retornaram em 1953. Nessa época, apareceram umas histórias mal desenhadas e fracas no conteúdo, como "Donald nos Pampas", que não sei onde eram feitas, mas deixaram de existir em 1954.
Antes que Patópolis existisse, os patos viviam em São Paulo. Na primeira versão de "Donald no País dos Vulcões" (essa história esta no OMD #10, é de 1946, foi lançada nos Estados Unidos em maio de 47 e finalmente chegou ao Brasil no Pato Donald #3 a primeira parte, em setembro de  1950), um dos sobrinhos diz "Finalmente, vamos voltar à nossa querida São Paulo!". Na primeira edição de "Perdidos nos Andes", um dos sobrinhos diz, nos quadrinhos da névoa: "E eu pensava que nevoeiro fosse em São Paulo!". Em 1955, já tinha sido "fundada" Patópolis.
Uma das minhas histórias preferidas é "O Vale Proibido", (Pato Donald #322 de 18 de março de 1958), saiu também no Almanaque Disney #130 de 1982 e no OMD #31 de 2007 já com o nome mudado para, Aventura no Vale proibido)da qual houve outra versão, menos interessante. Houve um filme de ficção, que assisti em 1957, "O Mundo Perdido", que se passava em uma região da Antártida, aquecida por vulcões, onde são encontrados dinossauros. Há versões posteriores desse clássico do gênero, porém, menos interessantes. Infelizmente, são essas que se encontram disponíveis no Dreamule
A própria ilha de King Kong era um desses mundos perdidos, que sempre esperei que fossem encontrados, mas agora, acho que não há mais possibilidade.
Se os dinossauros voltarem à Terra, será graças à clonagem de indivíduos que devem ter permanecido congelados na Antártida, como foi o tema do filme "O Monstro do Mar", de 1953 (imagem ao lado). O Monstro do Mar, marcou uma geração inteira. Embora fosse um filme de segunda categoria, era a primeira vez que víamos um dinossauro pelas ruas de NY, fazendo estragos e afundando navios. O dinossauro estava pacificamente congelado, não me lembro em qual polo e uma explosão atômica nos arredores o despertou. Quando o filme foi exibido, eu tinha 11 anos e não pude entrar, pois era vetado para menores de 14. 
Todos meus colegas assistiram e eu fiquei morrendo de inveja por mais de 40 anos, quando foi exibido em um canal da Globo Sat (precussora da SKY). Gravei e assisti muitas vezes, para me vingar dos meus ex-colegas, até que a fita foi destruída no incêndio. Saudações, Rocky Gadelha.
Fonte: Rocky Gadelha e suas memórias por e-mail e complementos do Inducks e net.

2 comentários:

  1. É bem legal descobrir estas diferenças de 60 anos atrás e hoje. Não sabia que as histórias se passavam em São Paulo, nem que a Minie erab a Maricota e Pateta se chamava Gustavo.

    As referências de filmes também são muito interessantes! Cinema sempre foi uma fonte de inspiração para os quadrinhos!

    Abraços,

    Matheus

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  2. Matheus é muito bacana para nós fãs de quadrinhos descobrirmos esses tesouros guardados na memória de uma pessoa que já viveu cada momento desses e teve todas essas revistas originais lidas no seu próprio tempo. E esses paralelos traçados com o cinema são muito atrativos também, eu gosto muito dessas referências a filmes, pois como você mesmo disse o cinema sempre foi uma grande fonte de inspiração para os quadrinhos e nota-se que o contrário também é uma prática comum. Abração amigo até breve.

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