Natal de Ouro Disney nº 1 já está nas bancas, e essa primeira história do gibi é mesmo maravilhosa. "O Trenzinho da Alegria" - W OS 367-02 (A Christmas For Shacktown) no original inglês), história criada em 15 de março de 1951 e lançada pela primeira vez em janeiro de 1952.
- é uma daquelas histórias inesquecíveis que a gente lê e grava para sempre. Li a primeira vez no Almanaque Disney nº 103, e também no Disney Especial nº 26 que é um DE dos que mais gosto. Foram muitas republicações dela, é a sexta vez que ela aparece em um gibi Disney, no Brasil: Mickey nº 58, Disney Especial nº26, Almanaque Disney nº 103, Natal de Ouro nº 6, O Melhor da Disney nº 30, e agora abrindo essa primeira edição de Natal de Ouro Disney. E vale a pena reler essa história pela mensagem subliminar que ela transmite. Carl Barks gênio na vida e na arte, bolou um roteiro que por si só, daria um filme para o cinema, e foi além, agregou imagens fantásticas, com expressões nos personagens (vejam os rostos das crianças nesse primeiro quadro, é de cortar o coração).
Parecem pintura a óleo na mão de um artista famoso (Barks também pintava óleo sobre tela, de forma fantástica, é claro...). E qual a mensagem, então? O lado humano das relações. O déficit de carinho, atenção e recursos que a nossa chamada "civilização ocidental" oferece.
Observamos nessa história um crescente na narrativa, onde pelo olhar dos sobrinhos de Donald, outra realidade foi percebida na pobreza das crianças de um determinado bairro de Patópolis. Em contraponto, Barks mostra o velho muquirana com seu cofre abarrotado de dinheiro, o que também lhe traz problemas... e acaba influenciando na história. Margarida esteve ótima, na sua melhor face altruísta, e o Donald como sempre atrapalhado mas, bem intencionado faz o "meio de campo", ligando os mundos da pobreza e da riqueza, mesmo ele estando abarrotado de problemas (o Donald representa mesmo a classe média, rsrsr).
O autor mostra a vida como ela é, ironiza mostrando nossa submissão aos desígnios do destino (até o pomposo Gastão colabora do seu jeito) e finaliza a história com o estilo próprio de abundância. Palmas para Barks, para Maffia que selecionou muito bem as histórias dessa edição, e para todos os fãs de quadrinhos Disney que tem uma pérola dessas nas mãos, num gibi novinho nas bancas. Republicações não são tão ruins assim, desde que usadas com critério e que mostrem ser histórias relevantes ou excepcionais, como essa. Abraços.
Quadro de Carl Barks inspirado em "O Trenzinho da Alegria" (A Christmas For Shacktown) |
Fonte: Texto de Paulo Gibi ((Gibi Natal de Ouro Disney nº 1 da coleção pessoal, e consulta ao Inducks sobre a história)
Olá, pessoal! Tudo bem? Ainda não comprei a revista, mas pretendo obte-la ainda nesta semana. O Paulo Maffia realmente acaba acertando bastante na escolha das histórias, principalmente nas que abrem determinadas edições que não são as mensais. Postem mais histórias da revista, estou curioso para saber a opinião do Universo Disney a respeito.
ResponderExcluirSobre o Donald, uma vez li por aí o texto de uma pessoa com a qual não tenho muita afinidade onde pintou o Donald como um verdadeiro palhaço pastelão e nada mais e eu tenho minha opinião pessoal um pouco diferente: Donald representa bastante aquela pessoa pobre (tem tudo o que precisa, mas sem luxo, quero dizer) que carrega uma família nas costas e não abre mão de um esforço a mais para ganhar uns trocados que lhe garantem um mês mais folgado. Para isso, sujeita-se às situações mais estranhas, desgastantes e vexaminosas para ele. E é aí que está a graça de fazer com que a gente ria de nós mesmos ao invés de rirmos do outro. Mas, enfim, é só o que eu penso. Cada um tem sua opinião particular.
Abraços. Tenham uma ótima semana.
FabianoCaldeira.
Oi Fabiano, o Donald é um cara muito legal e imcompreendido. Vive dando duro nos empregos que arranja, e cada um pior que o outro, é explorado pelo Tio Patinhas, sendo que deveria ser um gerente dele nas suas empresas, ou algo assim. E seus sobrinhos vivem aprontando com ele também. Sem falar do primo sortudo Gastão, do amalucado Peninha e da futilzinha Margarida. Abs. e obrigado por estar aqui. Paulo
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