Introdução ao capítulo 11.
Se eu optasse por ser totalmente pragmático, deixaria extremamente sintético tudo o que li do capítulo 11 (1902-1930) - A postagem, ficaria assim: (Patinhas tem a ambição de se tornar o pato mais rico do mundo. Para conseguir isso, destrói tribos, rouba os nativos e é amaldiçoado. Briga com suas irmãs, que voltam para os EUA; continua em seu período no Lado Negro. Quando volta aos EUA, em 1930, não quer nem saber da festa preparada para ele e nem liga para suas irmãs, que vão embora e deixam uma surpresa para Patinhas: ele se tornara o pato mais rico do mundo).
Mas não é isso o que eu desejo, o que quero fazer é, detalhar esse que é um capítulo muito importante na saga. Mostra, por assim dizer, o lado "negro" do Tio Patinhas. Acabei dividindo esse capítulo em duas partes, por ser ele muito extenso. Apresento agora a primeira parte do capítulo 11.
Capítulo 11. (parte 1)
A construção do Império em Calisota
The Empire-Builder From Calisota
O Patinhas é o pato mais rico de Calisota. As minas de ouro e os bancos fizeram dele bilionário. Mas ele ainda não havia construído seu império financeiro.
Para fazer mais fortuna, Patinhas percorreu o mundo durante sete longos anos em busca de metais preciosos, fez negócios e continuou a enviar seu dinheiro para a sua Caixa-Forte em Patópolis. O maior e mais estranho edifício da pequena vila.
O capítulo inicía, com Hortência e Matilda recebendo uma enorme caixa dos correios.
Quando abrem o caixote para surpresa delas, há um canhão ali. E dentro do canhão uma segunda surpresa. O seu irmão Patinhas, que retorna de mais uma viagem de sete anos captando riquezas pelo mundo afora, veio dentro da caixa pra não precisar gastar com passagem.
Matilda é a primeira a expressar alegria com o retorno do irmão. Mas já nota-se um Patinhas rabugento e ranzinza, desprovido de "sentimentalismos exacerbados", dizendo que voltou somente para ver se seu "rico dinheirinho" está bem cuidado e também pra saber da lista de milionários que ele observa atentamente e com cuidado e acaba percebendo que ele ainda não é o primeiro, existem 73 milionários na sua frente. Num determinado momento, ele diz a Hortência que o chama de "rabugento", que seu único interesse é aumentar o nível de dinheiro da Caixa-Forte. Patinhas ainda conta a elas que, nesses últimos vinte e cinco anos, já enfrentou todos os tipos de larápios e bandidos e relata a história do clã Leitão, que ele havia encontrado um ano antes e como conseguiu esconder as ações da empresa que ele havia comprado.
Nesse momento da saga é apresentada a secretária Emília Cotinha (imagem ao lado), que já apareceu em tantas histórias do Tio Patinhas, e é uma personagem muito querida.
Patinhas anuncia que ele e suas irmãs irão para a África, Patoso e Cotinha, cuidarão da Caixa-Forte na ausência do Clã.
Um mês depois o Clã Mac Patinhas, sobe o rio Congo em direção ao coração da África, Patinhas começa a sua mais infame aventura. Ele engana o chefe de uma tribo chamada Quak-Quak, compra a mina de diamantes chamada Kachoonga, por míseros vinte e cinco centavos de dólar. As irmãs presenciam toda a negociação de Patinhas e depois lhe dão um sermão. Patinhas indignado e furioso com a atitude delas, argumenta que levou vinte longos e sofridos anos para ficar rico honestamente e que agora vai tentar de outro jeito. (esse não é o Patinhas que aprendemos a amar desde nossa infância).
Patinhas acaba se metendo com o chefe de uma outra tribo africana, um feiticeiro VooDoo, chamado Foola Zoola, um homem muito sinistro.
Patinhas ofende os deuses de Foola Zoola. O feiticeiro o expulsa da aldeia e Patinhas indignado sai a procura de vingança. Retorna mais tarde, com vários homens contratados por ele para destruir a aldeia. Patinhas está totalmente ensandecido, ofende suas irmãs, as chama de "parasitas" e manda que elas retornem para o acampamento. Neste dia fatídico na África, o Patinhas comete a única ação desonesta de toda a sua vida. Mas isso vai persegui-lo por muitos anos. No fim. o preço vai ser mais alto do que pode imaginar.
Patinhas manda seus homens expulsarem todos da aldeia para a selva. E grita enlouquecido, para que seus capangas queimem todas as cabanas e que ponham fogo em tudo, pois segundo ele, ninguém humilha Patinhas Mac Patinhas.
Longe dali Matilda e Hortência tristes observam a aldeia arder em chamas e comentam entre elas que aquele é um dia negro para o Clã Mac Patinhas.
Enquanto isso os homens (contratados por Patinhas para vandalizar e destruir a aldeia), prendem o chefe-feiticeiro e o amarram em uma árvore.
Patinhas vai até o feiticeiro Foola Zoola, fingindo-se de alguém que quer ajudar. Patinhas num ardil, convence o feiticeiro a lhe vender suas terras para que essas não caiam nas mãos do tal "Patinhas". O Feiticeiro se dá conta tarde demais, depois de ter assinado o documento, que aquele estranho que tentava supostamente ajuda-lo, era ninguém menos que o próprio Patinhas.
O feiticeiro cheio de frustração e ódio (por perder a terra dos seus antepassados, por ter a aldeia de sua gente completamente destruida e ver seu povo, crianças mulheres e idosos incluídos, serem expulsos para a selva perigosa), diz que Patinhas é um pato sem honra.
Patinhas dá às costas ao feiticeiro debochando deste e de seus deuses voodoos. O feiticeiro o amaldiçoa, e lança feitiços pelas costas de Patinhas, que vai embora em direção ao acampamento para encontrar suas irmãs, sem nem pensar em maldições e sim nas terras que adquiriu por quase nada.
para a surpresa do muquirana milionário, suas irmãs partiram, foram embora deixando uma carta. Nessa carta elas dizem que, apesar de todos os trabalhos que Patinhas já passou desde quando era apenas um patinho, nada justifica a sua desonestidade e que se ele mudar de ideia elas estarão em Patópolis esperando por ele.
Nesse momento Patinhas sentado na sua "cama de campanha" dentro da barraca começa a rememorar sua vida, e quanto mais pensa, vai percebendo como seus atos recentes foram errados, equivocados, revoltantes e injustificáveis.
Patinha percebe todo o mal que causou. E ao sair desesperado correndo da barraca, dizendo que precisa pedir perdão para suas irmãs e concertar o mal que fez ao feiticeiro, encontra ali fora o resultado da maldição do feiticeiro...
...um enorme zumbi, que apartir de agora vai persegui-lo por todos os lugares por anos e anos.
Na segunda parte do Capítulo 11. Vamos acompanhar Patinhas por outras partes do mundo captando mais riquezas e sendo perseguido pelo zumbi de cabelos brancos. Também na segunda parte traremos curiosidades do capítulo 11. Até a próxima.
Fonte: Saga do Tio Patinhas/Editora Abril (também edições en inglês), Revista Tio Patinhas 40 anos/Ed Abril. Wikipédia, Inducks Brasil e sites Disney na Rede.
Com certeza uma das melhores e mais elaboradas histórias Disney que já li..e como sempre um belo post Ludy..continue assim o/
ResponderExcluirNos encontramos "do outro lado do espelho", nas entranhas do "Capitalismo Selvagem". Parece uma aula prática da obra "O Capital" de Karl Marx, nos mostra como a relação capital e trabalho teve suas origens na exploração de culturas, riquezas naturais e boa fé de inocentes. Longe de defender o Socialismo, Comunismo, ou qualquer outro "ismo" da vida, aceitamos a realidade como ela é. Patinhas tem que conviver com seus "demônios e fantasmas", frutos da ambição desenfreada e busca pelo poder, mas, que dentro da psicologia do personagem, na soma de sua história de vida, foram amenizadas pelo progresso benéfico que trouxe a tantas pessoas. Tudo tem seu preço, e o Patinhas leva marcas profundas de suas ações passadas, o que nos ajuda a entender a melhora relativa deste personagem, em relação aos sobrinhos, como "Tio Patinhas". A busca pelo "afeto" e "família" trazem o velho pato mais próximo de Donald, Huguinho, Zezinho e Luisinho, na fase mais conhecida de sua história. Abraço e parabéns pelo excelente post. Paulo Gibi
ResponderExcluirSem dúvida, este capítulo é um dos mais negros na vida do Tio Patinhas. Enganar, mentir, e fazer QUALQUER COISA POR DINHEIRO são más filosofias, que, felizmente, o Tio Patinhas deixou para trás nesta triste fase.
ResponderExcluirAbçs.
Matheu$
Obrigado pela força com seus comentários amigos. Isso dá uma grande força para que possamos ficar horas escrevendo, lendo e procurando imagens adequadas para ilustrar os textos. É umn trabalho exaustivo mas que o resultado final compensa e muito. Pela simples satisfação de compartilhar essa paixão pelos quadrinhos Disney.
ResponderExcluirOlá, tudo bem? Na minha opinião, espero que o final do capítulo sirva para trazer uma boa mensagem aos leitores, senão, vou achar esse capítulo completamente inaceitavel. Sempre vi inúmeros defeitos em Patinhas mas seu coração duro esconde coisas boas que às vezes sao reveladas - essa faceta tão sinistra não me ocnquistou, preferia não ter lido a não ser que haja uma boa mensagem no final dessa trama, é claro!
ResponderExcluirUm abraço. FabianoCaldeira.
Fabiano. É o seguinte esse capítulo realmente mostra uma face obscura do Patinhas e ele vai assim até o final do capítulo. Mas tudo pode mudar depois. Ainda teremos o 12º capítulo. Acompanhe pra ver amigo.
ResponderExcluirOi, Ludy!
ResponderExcluir"Obrigado pela força com seus comentários amigos. Isso dá uma grande força para que possamos ficar horas escrevendo, lendo e procurando imagens adequadas para ilustrar os textos."
Eu sei muito bem o que é isso, pois, gasto muito tempo com meus posts (e alguns eu ainda tenho arrumar no dia seguinte... Mickey..ah, ah, ah!).
Quanto às imagens, fala a verdade, vai... você gostou daquela do MacMôney com a arma mirando o Donald, né? rsrsrs.... o meu objetivo é sair do comum. Há quadrinhos que chamam muito mais a atenção para uma história que nem sempre estão na primeira página e o que eu faço é procurar, colocar algo a mais do que já se viu nos outros blogs. Até porque eu sou o último a colcoar algo, tenho que fazer com que não me torne repetitivo. rsrsrs.... desafio!!!!
Abraços! Parabéns!
FabianoCaldeira.
Fabiano aquela imagem do MacMoney com a arma mirando no Donald, é algo totalmente atípico nos quadrinhos Disney. Eu não tinha certeza se era tua a imagem com scanner, por isso não dei os devidos créditos. Mas tu bem sabes que eu procuro sempre ser cristalino aqui no blog e dar os créditos corretamente. Eu gostei muito daquela imagem pelo inusitado da ação. Embora eu sempre soube que o MacMoney é capaz de qualquer sujeira, ele realmente é desprovido de qualquer caráter e despido de bondade e empatia por outros seres, sejam eles homens ou patos.
ResponderExcluirGrande post, Ludy:
ResponderExcluirPatinhas, um patife sem entranhas? Essa história de Don Rosa utiliza uma temática séria como nunca vi. Novamente eu te afirmo: dê uma olhada em História e Glória da Dinastia Pato. O velho Unha de Fome (ele era chamado asim nos gibis de meu tempo) tem a quem puxar. O Quaquilionário tem entre seus ascendentes pilantras de primeira grandeza. Homens de negócios, ou melhor dizendo, patos de negócios.
Cavaleiro da Lua
Oi, Ludy! Bom dia! A foto fui eu que tirei e assim pretendo fazer nas proximas vezes em que eu postar qualquer edição porque para mim é um desafio achar algo diferente do que normalmente a publicidade coloca. Mas, quanto aos créditos, nao se preocupe, não precisa! Eu só achei engraçado porque sinceramente a última coisa que eu esperava era ver uma foto tirada por mim em um outro Blog. Foi muito engraçado.
ResponderExcluirUm abração.
FabianoCaldeira.
Triste pensar que, "graças" ao políticamente correto, exatamente por causa desse episódio do zumbi, a Saga nunca mais poderá ser publicada.
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